A ABRHidro apresenta esta nota técnica para esclarecer pontos essenciais sobre dragagens e desassoreamento, frente ao maior desastre hidrogeológico já registrado no Rio Grande do Sul, entre abril e maio de 2024. As chuvas extremas que atingiram o Estado intensificaram debates públicos sobre o acúmulo de sedimentos e a necessidade de dragagens emergenciais, especialmente na Bacia do Guaíba. A nota destaca que o assoreamento — acúmulo de sedimentos orgânicos e minerais no fundo dos rios — não deve ser confundido com obstruções pontuais e exige abordagens distintas conforme o porte do corpo hídrico. Para rios e córregos de pequeno porte, dragagens podem ter impacto positivo e são permitidas por lei, desde que acompanhadas de responsabilidade técnica. Já em cursos d’água de grande porte, como o Guaíba, as dragagens devem ser cuidadosamente avaliadas, considerando possíveis impactos ecológicos, hidrodinâmicos e socioeconômicos. A ABRHidro recomenda que decisões sobre intervenções em grandes corpos hídricos sejam precedidas por estudos técnicos aprofundados, como levantamento batimétrico, modelagem hidrodinâmica e análise de custo-benefício. Ações sem esse rigor podem causar efeitos adversos irreversíveis, agravando, em vez de mitigar, os riscos de desastres. ABRHidro – Pela ciência da água, com responsabilidade e rigor técnico. |